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terça-feira, 5 de junho de 2012

Acontecimentos no ano de 1914-1ºparte

  • No senado João de Freitas profere acusações contra Afonso Costa

No Senado, João de Freitas profere acusações graves contra Afonso Costa, afirmando que o Presidente do Ministério utiliza a sua posição no aparelho de Estado em benefício dos seus clientes. Os democráticos abandonam a sessão, como forma de protesto. Afonso Costa não comenta as acusações.

Na sequência da entrada em vigor da Constituição Portuguesa de 1911, João José de Freitas foi eleito senador no Congresso da República, pelo Partido Republicano Português. . Quando surgiram as divisões no seio do republicanismo português aderiu à tendência evolucionista,

  • Greve dos ferroviários

Greve dos ferroviários da Companhia Portuguesa, afectando as ligações de Lisboa para o Norte e Leste e ligações internacionais. A capital chegou a estar isolada do resto do país.

Verificaram-se vários actos violentos como o descarrilamento de comboios e corte de linhas telegráficas, vistos pelo governo como sabotagens. A greve teve como catalisador a questão da Caixa de Reforma do Pessoal, já que a publicação do novo regulamento não contemplara as proposta da comissão de delegados do pessoal e do sindicato.

O Conselho de Administração da CP, desde logo, procura reestabelecer as ligações, nomeadamente a com o Porto, avisando o pessoal que deve regressar ao seu posto de trabalho, sob pena de serem demitidos.

O governo de Afonso Costa apoia a estrutura dirigente da CP, prometendo ajuda na guarda e defesa das propriedades e bens e no reestabelecimento das ligações ferroviárias. Mesmo com a presença da força pública, os grevistas conseguem controlar as gares.

Dia 17, a direcção da Companhia publica a Ordem Geral do Conselho de Administração n.º 66 na qual se determina que todos os empregados da Companhia que não se apresentem ao trabalho até dia 20 de Janeiro deixarão de pertencer aos quadros da mesma. Muitas classes de trabalhadores anunciam, pouco depois, greves de solidariedade com os ferroviários.

A greve terminaria dia 23 de Janeiro, não sem a prisão de vários de entre os grevistas.

Esta greve forçou os organizadores do Congresso de Tomar a adiarem a realização do mesmo, o que acabou por permitir a participação dos sindicalistas que doutra maneira não poderiam estar presentes já que estavam presos.

Fonte Fundação Mário Soares
  • Moção aprovada no Senado contra Afonso Costa
No dia 21 de Janeiro uma moção de desconfiança do senador Alberto da Silveira, pedindo a demissão do governo de Afonso Costa foi aprovada no Senado por 29 votos contra 5 o que levou o presidente Arriaga a intervir pedindo a Afonso Costa que se demitisse.

No entanto como Afonso Costa era o chefe do partido maioritário, qualquer governo que se formasse seria chumbado na câmara dos Deputados.

Entretanto Afonso Costa decide que o governo não mais iria ali voltar enquanto Goulart de Medeiros fosse presidente.