- Primeira incursão monárquica
O sinal de alerta para o que viria a acontecer ecoou, em finais de Setembro de 1911, no Porto, onde uma alteração da ordem pública levou as autoridades a organizarem rusgas, ao mesmo tempo que muitos populares se concentravam junto de unidades militares.
Noticiavam os jornais que, em Felgueiras, magotes de indivíduos empunhando espingardas, foices e varapaus entoaram «vivas» à Monarquia e a Paiva Couceiro, seguidos de «morras» à República, e hastearam a bandeira azul e branca na Câmara Municipal.
Ao que constava, teria havido uma tentativa de invasão em Soutelinho, próximo de Chaves, o que as autoridades desmentiram. Mas, dias depois, a 5 de Outubro, bandos armados às ordens de Paiva Couceiro começaram a cruzar a fronteira.
Segundo uma nota oficiosa, registara-se “uma incursão de conspiradores que chegaram até Vinhais” e se confrontaram com pequeno destacamento que ali se encontrava.
Dado o sinal de alerta, Chaves e Bragança foram ocupadas por forças militares republicanas.
Ao que Imprensa apurara algumas centenas de “couceiristas” entraram, durante a noite, na zona fronteiriça vizinha do posto fiscal de Vilar de Perdizes e avançaram até Prada, a 14 quilómetros de Vinhais, sendo Bragança o seu destino.
Em Macedo de Cavaleiros, arrombaram a cadeia e soltaram os presos, mas, em Chaves, o complot monárquico foi descoberto e detidos alguns indivíduos.
Na freguesia de Meadela, em Viana do Castelo, os sinos tocaram a rebate e, em Santa Marta, caiu nas mãos das autoridades o padre José Joaquim Soares Borlido, acusado de conspiração.
Soube-se, depois, que em Aranhas e Aldeia de João Pires (Castelo Branco), Penamacor e Covilhã, igualmente se esboçaram tentativas de sublevação.
Rememorando os acontecimentos, um «enviado especial» do JN revelou que os conspiradores, tendo à frente Paiva Couceiro, o Conde de Mangualde, o tenente Vilhena, o dr. José Bacelar e outros, entre os quais o ex-repórter Brás, tinham penetrado em Portugal, na noite de 4 de Outubro, vindos de Espanha, por Tejera, e estavam dispersos por grupos de 50 e 60 homens.
Chegaram a ocupar Vinhais, mas as forças de Infantaria e de Cavalaria puseram-nos em debandada em direcção à fronteira. Fracassava, assim, a primeira incursão monárquica.
(Fonte:Douro press-As incursões dos “couceiristas” no Minho e Trás-os-Montes
Por Manuel Dias, jornalista e escritor)
- A demissão do ministro da Guerra Pimenta de Castro
A demissão de Pimenta de Castro,ministro da Guerra depois de várias críticas no seio do gabinete, por não ter reagido mais energicamente às incursões monárquicas e especialmente por não ter assinado e decreto de convocação de tropas para combater as incursões monárquicas. Alegou que usara essa estratégia para mais facilmente os desbaratar.
- Afonso Costa defende a politica da intransigência
Afonso Costa defende, no Parlamento, chamado a discutir legislação que permitisse o julgamento rápido dos conspiradores monárquicos, a "política de intransigência para com os inimigos da República, exigindo o confisco dos bens dos conspiradores e declarando que os únicos aliados dos republicanos deviam ser o «quarto estado», os trabalhadores.
A proposta de Afonso Costa seria rejeitada, por cinquenta e sete votos contra quarenta e oito, sendo aprovado o projecto do governo, apresentado por João Chagas, que avançava com a suspensão das garantias constitucionais para debelar a crise provocada pelas conspirações monárquicas.
Fonte: fundação Mário Soares
A proposta de Afonso Costa seria rejeitada, por cinquenta e sete votos contra quarenta e oito, sendo aprovado o projecto do governo, apresentado por João Chagas, que avançava com a suspensão das garantias constitucionais para debelar a crise provocada pelas conspirações monárquicas.
Fonte: fundação Mário Soares
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